Mithalal Sindi, da cidade indiana de Ahmedabad, não é um homem rico, ao contrário. Ele vive nas ruas nas últimas seis décadas, ganhando uma vida modesta com a venda de bajra (painço) e de seu riquixá a pedal. A maioria do dinheiro que ele ganha, Mithalal gasta realizar os últimos rituais de cadáveres não reclamados que ninguém assume a responsabilidade. Ele é sem dúvida uma das pessoas mais altruístas e abnegadas, das quais eu já vi.
Durante a partição do Império britânico na Índia, Mithalal, com 15 anos, se mudou do Paquistão para Bombaim, com sua família. Ele fez uma série de biscates para sobreviver na cidade grande, mas em 1957, foi morar em Ahmedabad, onde começou uma pequena barraca de frutas e vegetais com as poucas economias que tinha.
Foi nessa época que ele conheceu Nyaldas Sindi, um vendedor de vegetais, e logo se tornaram melhores. Eles almoçavam juntos e até mesmo dormiam um ao lado do outro na calçada, à noite. A amizade deles chegou a um fim abrupto em dois anos, quando certa manhã Mithalal tentou acordar seu amigo, mas ele não respondeu.