16 de out. de 2013

Preparando-se para o apocalipse: Silo Global de Sementes da Esvalbarda

  • Já vi muito falar desse lugar e acho fantástico que alguém se preocupou com isso

Muito provavelmente você já deve ter visto algumas destas fotos na rede. Trata-se do Silo Global de Sementes da Esvalbarda (em inglês Svalbard Global Seed Vaul), que está situado próximo de Longyearbyen no arquipélago norueguês de Esvalbarda. Este projeto megalômano, popularmente conhecido como "Silo do fim do Mundo", é o maior armazém de sementes do mundo, criado para salvaguardar a biodiversidade das espécies de cultivos que servem como alimento.

O silo foi construído no Monte Spitsei a 120 metros de profundidade na pedra de arenito, a 1.000 km ao norte da Noruega continental, e foi escolhido por ser um lugar a salvo das possíveis alterações climáticas causadas pelo aquecimento global. As obras começaram em março de 2007 e foi inaugurado em 26 de fevereiro de 2008, com 100 milhões de sementes procedentes de uma centena de países de todo mundo -Brasil no meio-. Em março de 2013, o número de amostras distintas supera os 800 mil.


Embora a imprensa popular retrate o silo como uma forma de proporcionar refúgio para as sementes no caso de uma grande catástrofe global, suas 3 divisões de armazéns, que têm capacidade para 2 bilhões de sementes, só serão utilizadas quando os bancos genéticos perderem amostras devido à má gestão, acidentes, falhas de equipamentos, cortes de financiamento e desastres naturais. Existem alguns bancos de sementes em todo o mundo, mas muitos estão em países politicamente instáveis ou ambientalmente ameaçados.

A construção do Silo Global de Sementes, que custou aproximadamente 9 milhões de dólares, foi financiada inteiramente pelo governo norueguês. Os custos operacionais serão pagos pela Global Crop Diversity Trust e os principais financiadores da iniciativa são diversas fundações e países, como a Fundação Bill e Melinda Gates (mais de 20 milhões de dólares), Reino Unido (19 milhões), Austrália (11 milhões), etc.

Neste silo as semente são embaladas em pacotes de quatro camadas especiais e seladas por calor para excluir a umidade, então são conservadas a uma temperatura de 18 graus abaixo de zero em caixas de alumínio fechadas hermeticamente, o que garante uma baixa atividade metabólica e um perfeito estado de conservação durante séculos. Ademais o silo é estanque à atividade vulcânica, terremotos, radiação e a elevação do nível do mar, e no caso de uma falha elétrica, o permafrost (camada de gelo permanentemente congelada) do exterior atuará como refrigerante natural.

Para manter a segurança, sensores de movimento e uma webcam monitoram a única porta de entrada. A torre de controle no aeroporto local tem uma vista direta para o local, que é mantido bem iluminado durante os escuros meses de inverno.

Em verdade o Silo do Fim do Mundo funciona como uma caixa blindada de um banco. O banco é proprietário de um edifício e o depositante guarda o conteúdo em sua caixa. Neste caso, o Governo da Noruega é dona do banco e os bancos genéticos são os donos das sementes que enviam. Assim, o depósito de amostras em Svalbard não constitui uma transferência legal de recursos genéticos.










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