14 de mai. de 2015

Aranha do deserto alimenta seus bebês com seu próprio corpo

  • Esse processo incomum acontece através das tripas liquefeitas!
A aranha do deserto, chamada Stegodyphus lineatus, pode ser considerada um exemplo de mãe, por mais sombrio que o motivo pareça.

A fêmea da espécie é tão dedicada a seus filhotes, que elas permitem que eles se alimentem de seu próprio corpo vivo em um processo chamado de matrifagia.

Os bebês engatinham sobre a cabeça de sua mãe, tentando alcançar à exsudação líquida de seu rosto. Eles, finalmente, encontram a fonte do líquido e perfuram seu abdômen com suas bocas, permitindo-lhes comer as tripas liquefeitas de sua mãe.

Este processo já foi visto, anteriormente, em aranhas, mas, um novo estudo do Instituto Israel Cohen, revelou seus mecanismos, exatos, em um artigo publicado no mês passado, no Journal of Arachnology.

Mor Salomon, pesquisador-chefe, descreve como a fêmea Stegodyphus solta suas teias em regiões semiáridas de Israel e outras partes da bacia do Mediterrâneo. Mesmo antes dos seus ovos chocarem, a fêmea já inicia a liberação dos tecidos abdominais para facilitar o processo de alimentação das jovens aranhas. Isto acontece durante o período de incubação.

"No momento do nascimento de sua prole, um líquido já está acumulado em seu intestino, permitindo-lhe começar a regurgitar para seus filhotes", disse Salomon. "Enquanto ela regurgita, o processo em seu intestino se intensifica e o líquido que se formou, provavelmente, viaja de volta pelo tubo intestinal, indo para a boca, onde ela o segrega aos filhotes".

Os cientistas, também, descobriram que os ovários da criatura permanecem intactos até que os jovens comecem a crescer, passando a se degradar, posteriormente. "Nosso trabalho mostra que o processo de degradação do tecido abdominal é gradual, possivelmente, a fim de permitir que a fêmea seja capaz de produzir outra ninhada de ovos, no caso de algo correr mal com a primeira”, contou Salomon, em entrevista à New Scientist, antes de publicar o relatório.

Depois de duas semanas sendo alimentados por sua mãe, os filhotes perfuram o abdômen dela e devoram suas entranhas, sugando o líquido nutritivo que ela produziu. O processo continua durante algumas horas, até que a mãe esteja, completamente, morta. "Concluímos que a mãe sofre um processo de degradação gradual que maximiza o potencial nutricional do corpo da fêmea e, finalmente, permite o consumo completo de seu interior", diz o estudo.

Acredita-se que o comportamento desagradável seja projetado para dar à prole, um início promissor em ambientes desérticos árduos.


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