7 de dez. de 2015

Chinesa congelou seu cérebro na esperança de voltar à vida daqui 50 anos

Du Hong, uma escritora de ficção científica chinesa, decidiu ser a pioneira na prática da criogenia, ou seja, a técnica de preservação do corpo por nitrogênio, congelando a pessoa, podendo, supostamente, preservar todo o funcionamento dos órgãos para acordá-la no futuro.

Com um grande investimento, Hong sempre teve o objetivo de, após sua morte, ter seu cérebro congelado. Ela acredita que, no futuro, poderá ser ressuscitada pela ciência avançada. Obviamente, esta é uma realidade distante da ciência atual e jamais foi realizado um experimento parecido. Outro grande empecilho é o valor que deve ser investido no processo de criogenia. Du Hong pagou cerca de 475 mil reais, antes de morrer, para a prática.

Em maio deste ano, a chinesa faleceu, aos 61 anos, vítima de um câncer no pâncreas. Conforme seu desejo e seu alto investimento, seu cérebro foi retirado de seu corpo e conservado em nitrogênio a temperaturas de -196 ºC. Por enquanto, é apenas isto que pode ser feito por Hong.


A criogenia é utilizada, atualmente, para preservar corpos e partes do corpo humano, seja para estudo ou para implantes. O ato de “trazer algo a vida novamente” está, atualmente, muito além da capacidade humana. “Se ainda temos dificuldades com transplantes de órgãos em relação à conservação, o que falar sobre reviver uma pessoa?”, questionou Zheng Congyi, professor da Universidade de Wuhan.

O caso de Du Hong ainda esbarra em uma questão ética delicada, já que apenas seu cérebro foi congelado, e não o resto de seu corpo. Caso o processo possa ser realizado, um dia, seria necessário implantar seu cérebro em outro corpo.

Outra grande preocupação, caso o método funcione no futuro, são as consequências sociais que poderiam implicar. Pessoas ricas, por exemplo, poderiam comprar a vida de pessoas pobres. Mas, segundo Lu Chen, enteada de Hong, o maior objetivo da escritora era poder contribuir com a pesquisa científica, dando a oportunidade de cientistas tornarem algo teorizado em realidade.

Lu Chen disse que Du Hong tinha o sonho de saber como seria a humanidade daqui a 50 anos, com ela vivendo uma outra vida, após anos ‘congelada’. Mas o cérebro, realmente, pode não resistir a tanto tempo de inatividade. O cérebro humano possui 86 bilhões de neurônios, e não bastaria reativar um órgão após o congelamento, e sim, fazer com que estas bilhões de células neurais voltem a funcionar tão bem quanto antes.

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