1 de jul. de 2016

Encontrado túnel que judeus escavaram com as mãos para fugir de campo de extermínio

Uma equipe de arqueólogos e cartógrafos disse ter descoberto um túnel esquecido, cavado, em sua grande maioria, pelas mãos de 80 judeus que tentavam escapar de um antigo campo de extermínio nazista na Lituânia, cerca de 70 anos atrás.

Conhecido como Ponar (Ponary), a região, hoje chamada de Paneriai, detêm poços utilizados anteriormente como covas coletivas, onde foram enterrados corpos de até 100.000 pessoas durante o Holocausto, conforme reportado por Nicholas St. Fleur, para o The New York Times.

Utilizando radar e ondas de rádio eles fizeram uma varredura sob o solo e descobriam a passagem de cerca de 30 metros de comprimento entre 1,5m e 3m de profundidade.

Anteriormente, em 2004, uma equipe diferente tentou encontrar a estrutura subterrânea, mas localizaram apenas a ‘boca’ do túnel. A nova descoberta, no entanto, segue da entrada até a saída, e fornece provas que apoiam o angustiante esforço por sobrevivência que motivou a escavação do poço.


“O que nós fizemos não foi só resolver um dos maiores mistérios da história do Holocausto, nos também mostramos um dos maiores problemas com esses tipos de campos, sobre quantas covas coletivas exatamente existem ali”, disse o arqueólogo Richard Freund, da Universidade de Hartford, em Connecticut, e um dos líderes da equipe. Dr. Freund e seus colegas descobriram uma abertura que continha cinzas de cerca de 7.000 pessoas, o que seria a 12ª cova já identificada em Ponar.

Entre 1941 a 1944, dezenas de milhares de judeus, vindo da cidade vizinha de Vilnius, conhecida como a Jerusalém da Lituânia, foram trazidos para Ponar, mortos à queima-roupa e seus corpos eram jogados ou enterrados em covas coletivas.

“Eu chamo Ponar de ‘marco zero’ para o Holocausto”, disse Freund. “Pela primeira vez temos assassinatos sistemático feitos pelos nazistas e seus assistentes”. Ainda segundo ele, o local ainda foi palco de testes para as primeiras mortes por gás, cerca de seis meses antes de os nazistas começarem a usar câmaras em outros campos de extermínio.

Estima-se que 100.000 pessoas, entre elas 70.000 judeus, morreram em Ponar ao longo de quatro anos. Essas mortes eram realizadas por cerca de 150 funcionários, geralmente em grupos de 10. Em 1943, quando ficou claro que os soviéticos tomariam a Lituânia, os nazistas começaram a esconder as provas dos assassinatos em massa, forçando um grupo de 80 judeus a exumar os corpos, queimá-los e enterras as cinzas. Logo, após meses, quando o trabalho foi concluído, esses prisioneiros acreditavam que também seriam executados, e por isso, desenvolveram um plano de fuga.

Cerca da metade do grupo passou 76 dias cavando um túnel entre as covas utilizando as mãos e colheres. Assim, em 15 de abril de 1944, na última noite de Páscoa, eles se arrastaram por meio da passagem em direção a uma floresta. O barulho alertou os guardas, que perseguiram os fugitivos. Dos 80, apenas 12 conseguiram escapar, enquanto que 11 sobreviveram a guerra para contar suas histórias, segundo os pesquisadores.

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