30 de ago. de 2016

A garota “psicopata” que aos 6 anos queria matar a família

Em um documentário produzido em 1989 pela HBO, Elizabeth Thomas foi chamada de “Child of Rage” (Criança do Ódio, em tradução livre). Trata-se de uma das produções mais chocantes já feitas pela televisão.

As filmagens contam a história da menina que no mesmo ano foi diagnosticada com uma desordem emocional chamada Transtorno de Apego Reativo, que afeta bebês e crianças. A principal característica dessa condição consiste na falta de sociabilidade e de empatia, essenciais antes dos cinco anos para uma interação social adequada. Por esse motivo, ela era incapaz de se relacionar com as pessoas, ou de sentir afeto. 

O psicólogo clínico Dr. KenMagig diz que com apenas um ano de vida, Beth já fora violentada sexualmente pelo pai biológico. Especializado no tratamento de crianças que passaram por esse tipo de evento traumático, ele diz que tal abuso no início da vida pode impedir que elas se conectem emocionalmente com outras pessoas. Logo, seriam incapazes de sentir ou receber amor. Nessas condições, os diagnosticados poderiam ferir ou matar sem qualquer remorso, porque não foram ensinados sobre empatia ou sociabilidade.


Como previsto, Beth acabou desenvolvendo uma personalidade psicopata. O documentário conta que a menina sentia um desejo constante de matar a família e demostrou isso quando guardou facas da cozinha para fazê-lo. Ela planejou diversas vezes a morte de seus pais adotivos, Tim e Julie Tennant. Sem qualquer remorso ou culpa, ela demonstrava saber o significado e resultado de suas ações.

O casal adotou Beth e seu irmão mais novo, Jonathan, em fevereiro de 1984. No entanto, eles não sabiam que os irmãos sofreram abusos tão sérios por parte do pai biológico.

Com o passar o tempo, eles notaram que a menina apresentava um alto grau de violência, hostilidade e comportamento inadequado para sua idade. Entre suas ações mais notáveis estão: pegar um ninho de passarinho apenas para matar os filhotes, esfaquear e perfurar o cão da família, tentar sufocar o irmão enquanto ele dormia e tentar ferir um colega de classe com um caco de vidro. Ela também teria se insinuado sexualmente para seu avô.

Felizmente, a família investiu muito na reabilitação da menina, tendo a internado em uma clínica para crianças que sofriam de desordens mentais. Um extenso tratamento foi realizado com a finalidade de desfazer os efeitos dos traumas anteriormente sofridos. Apesar de seu transtorno ser considerado incurável, ao que se sabe ela conseguiu se recuperar. Relatos atuais contam que ela se formou em enfermagem e trabalha ajudando vítimas que sofreram abusos semelhantes.

Apesar dos relatos atuais sobre sua saúde mental serem positivos, ninguém sabe como ela realmente se sente. Contudo, o caso lança uma luz sobre como a criação afeta a personalidade dos filhos.

Segundo informações do portal Psicologado, o Transtorno de Apego Reativo é um distúrbio psicológico grave e está listado no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Se desenvolve durante a infância e não pode ser completamente curado. A característica central de tal condição envolve a perturbação de ligações sociais, que são inadequadas para o nível de desenvolvimento do paciente. A criança apresenta respostas excessivamente inibidas, hipervigilância, resistência a ser confortada, esquiva e vinculações difusas – já que demonstra falta de seletividade na escolha de pessoas para criar vínculos.


Veja o documentário:



Fonte



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