17 de nov. de 2016

Margherita Guglielmina, a última bruxa assassinada na Itália

No dia 22 de janeiro de 1828, uma mulher, chamada Margherita Guglielmina, acusada de bruxaria, teria sido assassinada em Cervarolo, um pequeno povoado localizado na região de Piemonte, no norte da Itália. Sua morte pôs fim à caça às bruxas no país que, assim como em toda a Europa, havia sido dominado pela Igreja Católica, no período sombrio chamado de Inquisição.

Segundo informações do site de noticiais espanhol Supercurioso, Margherita, conhecida como “La Stria Gatina”, vivia na aldeia de Cervarolo, que, em 1828, possuía cerca de 1.200 habitantes dedicados às tarefas tradicionais dos povos dos Alpes. Tratava-se de um lugar tranquilo, onde jamais poderia se imaginar que algo incomum acontecesse – exceto pela morte trágica de Margherita.


À época, ela era uma viúva de 64 anos que vivia com a filha doente, em uma casa própria na periferia da cidade. De acordo com o escritor contemporâneo Giuseppe Lana, Margherita era uma mulher alta, com rosto contorcido e repleto de estranhas protuberâncias escuras, rugas profundas ao redor das pálpebras e voz forte e profunda. Por causa de sua aparência, as crianças locais passaram a chamá-la de bruxa. Aos poucos, a ideia de que ela de fato era uma acabou tomando forma e convencendo muitos vizinhos.

O episódio que terminou com sua morte, começou meses antes quando dois homens cortaram uma árvore que estava plantada em terras que lhe pertenciam. Como tinha um temperamento ruim, ameaçou ambos e ainda profetizou que morreriam em breve. Ao que tudo indica, um deles acabou morrendo, enquanto o outro ficou gravemente doente.


Por causa desta coincidência sinistra, o povo da aldeia passou a ter certeza de que ela era bruxa, uma vez que as pessoas tinham construído seus repertórios a partir das histórias que inflamavam toda a Europa. Então, fizeram uma reunião em uma taverna e selecionaram dois homens, Giovanni Antonio Degaudenzi e Gaudencio Folghera, para assassiná-la.

Estes se dirigiram à casa da senhora dispostos a “fazer justiça”. Quando chegaram lá, trancaram a filha doente no primeiro andar e fizeram com que Margherita descesse para o pátio, onde apanhou brutalmente com uma vara até a morte. Em seguida, eles fugiram, mas acabaram sendo encontrados e condenados a 7 e 10 anos de prisão. Porém, foram absolvidos de seus crimes três anos depois.


O evento foi considerado o último registrado na Itália, em que uma mulher fora morta em razão da bruxaria. Em 2005, as autoridades locais instalaram uma placa em memória à Margherita e todas as outras vítimas mortas pelo mesmo motivo superficial.

Fonte http://supercurioso.com/la-gatina-la-ultima-bruja-italia/




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