9 de dez. de 2016

“Lady Dai”: corpo de chinesa preservado por mais de 2.100 anos intriga cientistas

Uma escavação feita em Mawangdui, em 1971, na província de Hunan, no sul da China, deu origem a uma das maiores descobertas arqueológicas do país. A abertura revelou três múmias, pertencentes a família da dinastia Han: Li Cang, o marquês de Dai, um homem de 30 anos que poderia ser seu irmão, e Xin Zhui, a esposa do marquês. Atualmente conhecida como “Lady Dai”, ela é considerada a múmia mais bem preservada já descoberta, de acordo com informações do New York Post.

A família, de acordo com historiadores, era rica, poderosa e levava uma vida luxuosa, regada de bens e comidas da melhor qualidade, que foi mantida mesmo após a morte. As câmaras funerárias continham toda sorte de itens requintados, com mais de 300 peças, incluindo seda, instrumentos musicais e representações de servos domésticos, de acordo com um artigo publicado pela Archaeology Archive.

Uma seleção de cerca de 70 deles foi exposta em uma galeria de Nova York em 2009. Entre eles estava o túmulo de Lady Dai, uma múmia intacta descoberta no interior de quatro caixões. Como estava muito bem preservada, especialistas e médicos foram capazes de realizar uma autópsia completa do corpo, incluindo exames de sangue e ginecológicos.


Ao que tudo indica, a múmia ainda teria preservado sangue, pele, órgãos internos intactos, cabelos e cílios. A autópsia revelou que a mulher estava acima do peso, com pressão arterial alta, apresentava artérias obstruídas, doença hepática, cálculos biliares, diabetes e coração severamente danificado.  

Ela teria falecido devido a um ataque cardíaco, em razão do estilo de vida negligente que levava, motivo pelo qual foi apelidada como “A Múmia Diva”. Cientistas também consideraram que este poderia ser o mais antigo caso de doença cardíaca já relatado. De acordo com registros, o corpo de Xin Zhui foi envolto em 20 camadas de seda e imerso em um líquido ligeiramente ácido, além de ter sido selado em mais de um caixão, que juntos foram embalados em cinco toneladas de carvão e argila. 

Como o túmulo era hermético, as bactérias não foram capazes de prosperar. No entanto, o fato de ela ter sido mantida tão bem preservada por mais de 2.100 anos ainda é um mistério que intriga especialistas.

De acordo com o The Telegraph, atualmente, o cadáver está em exposição no Museu Provincial de Hunan.

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