11 de set. de 2010

CARNARVON NATIONAL PARK

  • LUGARES INCRÍVEIS - "CARNARVON NATIONAL PARK" - AUSTRÁLIA

O Carnarvon National Park é um local bastante interessante na Austrália, porém é indicado somente para aqueles que estão sem pressa em viajar de carro, e estejam dispostos à se embrenhar pelo interior conhecendo áreas rurais, passando por muitas fazendas, e depois pelo Outback por mais de 2000 km (ida e volta) a partir de Brisbane no estado de Queensland. O parque é um Oásis no meio do semi-árido, e tem muita coisa interessante para ver.
O Carnavon National Park é dividido em várias sessões com um  total de 280.000 hectares, e a sessão chamada Carnarvon Gorge, é a mais fácil de se chegar por estrada. O grande lance desse parque, é que durante milhões de anos ficou submerso quando então o mar cobria grande parte da Austrália.


Após esse período, a argila e rochas de basalto sofreram erosão por chuvas, e foi escavado um grande desfiladeiro no interior. Esse desfiladeiro ou garganta, corta o parque de cabo a rabo.( A foto acima, mostra a visão que uma pessoa que esta dentro da garganta tem ao olhar para cima. As paredes sobem verticalmente até cerca de 200 metros de altura, e variam em largura máxima de 150 metros, até locais em que as duas paredes ficam tão estreitas, que uma pessoa de dimensões robustas provavelmente iria se entalar.


No interior dessas gargantas, a temperatura é 10 graus mais fria do que no topo, e o sol só penetra por poucas horas à cada dia. O resultado, é uma umidade altíssima que provê um microclima especial para o crescimento de várias plantas, árvores e limo. Isso ocorre não somente sobre o solo, mas também nas paredes da garganta. O resultado, é uma vegetação das mais lindas que se possa imaginar, quase paradisíaca. O clima é perfeito para animais como Cangurus, Marsupiais e milhares de pássaros e periquitos.


Com tanta parede íngreme e estreita, quando chove, o local transforma-se numa fábrica de cachoeiras, que por sua vez corre para o fundo da garganta, formando um riacho que atravessa o parque de ponta a ponta. Existe uma trilha principal que é mantida pelos Rangers e que tem a extensão de 21 km no total. De tantos em tantos quilômetros, o desfiladeiro abre uma ramificação para a direita ou para a esquerda, e cada uma dessas ramificações reserva uma surpresa especial. O parque é como um rio que recebe afluentes de ambos os lados, só que nesse caso, os afluentes são outros desfiladeiros e gargantas estreitas que levam a grutas, cavernas e riachos.
Duas dessas ramificações, irão te levar à áreas onde pinturas Aborígines nas pedras podem ser encontradas, uma delas é chamada de Art Gallery. Se você não sair das trilhas demarcadas não tem como se perder, pois todo o parque tem placas ao longo do caminho identificando o local que você está, e a distância que falta para caminhar até determinados pontos. São precisos 3 dias de caminhadas para conhecer todos os braços de gargantas e desfiladeiros. Pelo local estar muito distante de qualquer socorro médico, é aconselhável não tentar escalar paredões ou inventar nada que possa causar acidentes. Existem cobras venenosas no parque, o que definitivamente nos encoraja a não sair das trilhas, a não ser que a pessoa esteja equipada para tal.


As pinturas datam de 3.500 anos, e são encontradas em três respectivos pontos do parque: Na Balloon Cave,  na Art Gallery e na Catedral Cave, que é uma imensa caverna na rocha com teto alto em arco. As pinturas eram feitas borrifando com a boca contra um objeto qualquer, e para tinta usavam a água misturada com um mineral triturado. Para o Vermelho e o Ôcre,  usava-se Hematita e Magnésio, sendo essas as cores predominantes de todas as pinturas. Para o amarelo, a Limonita com Óxido de ferro hidratado, e para o preto, a Pyrosulita com Dióxido de Magnésio. Algumas pinturas em cor branca podem ser notadas em alguns desenhos, mas não datam da mesma época, e sim de épocas bem mais recentes.
Também nota-se nas gravuras que essa tribo Aborígene cujo nome provavelmente era Bidjara, utilizava diversos tipos diferentes de Bumerangues. Os desenhos e pinturas aborígenes com 3 dedos são pés de Cangurus pequenos, que foram pressionados contra a pedra, e depois borrifados por cima com a boca. As mãos são de crianças, presumidamente de filhos falecidos ainda jovens e que foram imortalizados nas pedras.

  

Macrozamia Moorei, a planta mais antiga que se conhece no mundo, datada da era dos dinossauros, é largamente encontrada no parque, essa planta produz um cacho com uma espécie de fruta que se assemelha à um Abacaxi. Dentro da "fruta", encontram-se dezenas de sementes de cor vinho escura como um Açaí, que cai pelo chão do parque e está espalhada pelas trilhas. Pelo amor de Deus não coma ou prove. É altamente mortal e Cancerígena. Como não existem árvores frutíferas no parque, somente os Aborígines sabiam o segredo de purificá-las para consumo, o que foi estudado e descoberto por cientistas modernos. O processo consiste em quebra-la ao meio, e deixa-las imersas em água corrente por 3 semanas e depois torrá-las em fogueiras. Aliás, existem outras sementes tóxicas no parque porém não tão tóxicas como a Zamia.

CONFIRA MAIS FOTOS:











  







  


  • Confira um pequeno documentários sobre o local (em inglês):







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