10 de set. de 2010

Hanseníase ou Lepra

  • MATÉRIAS MIB - Lepra - A doença mais antiga do mundo
A doença conhecida mais antiga do mundo é a lepra, cujos primeiros registros datam de 1350 a.C..

POR MOTIVOS DE PRECONCEITO, A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, TROCOU O NOME DA DOENÇA QUE PASSOU A SE CHAMAR DE HANSENÍASE, HOMENAGEM AO DESCOBRIDOR DO MICROORGANISMO CAUSADOR DA DOENÇA - GERHARD HANSEN. 
  • História
Desde que a escrita existe, tem-se registro de como a lepra representou uma ameaça, e os leprosos foram isolados da sociedade. No Egito antigo, há referências à lepra com mais de 3000 anos em hieróglifos (de 1350 AC). 

A Bíblia contém passagens fazendo referência à lepra, sem que se possa saber se se trata da doença: este termo foi utilizado para designar diversas doenças dermatológicas de origem e gravidade variáveis. A antiga lei israelita obrigava aos religiosos a saberem reconhecer a doença.

A lepra foi durante muito tempo incurável e muito mutiladora, forçando o isolamento dos pacientes em gafarias, leprosários em português do Brasil, principalmente na Europa na Idade Média, onde eram obrigados a carregar sinos para anunciar a sua presença. A lepra deu nessa altura origem a medidas de segregação, algumas vezes hereditárias, como no caso dos Cagots no sudoeste da França.
No Brasil existiram leis para que os portadores de lepra fossem "capturados" e obrigados a viver em leprosários a exemplo do Hospital do Pirapitingui (Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes). A lei "compulsória" foi revogada em 1962, porém o retorno dos pacientes ao seu convívio social era extremamente dificultoso em razão da pobreza e isolamento social e familiar a que eles estavam submetidos.

  • Transmissão
A lepra é transmitida pelo ar. O bacilo Mycobacterium leprae é eliminado pelo aparelho respiratório da pessoa doente na forma de aerossol durante o ato de falar, espirrar ou tossir.

A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável a cada contato. A incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se desenvolve mais comumente em indivíduos adultos, apesar de que crianças também podem ser contaminadas (a alta prevalência de lepra em crianças é indicativo de um alto índice da doença em uma região).
Noventa por cento (90%) da população tem resistência ao bacilo de Hansen (M. leprae), causador da lepra, e conseguem controlar a infecção.
Nem toda pessoa exposta ao bacilo desenvolve a doença, apenas 5%. Acredita-se que isto deva-se a múltiplos fatores, incluindo a genética individual.
Indivíduos em tratamento ou já curados não transmitem mais a lepra.

  • Progressão e sintomas
O tempo de incubação após a infecção é longo, de 2 a 20 anos.
Um dos primeiros efeitos da lepra, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a incapacidade de diferenciar entre o frio e o quente no local afetado. Mais tardiamente pode evoluir para diminuição da sensação de dor no local.

A lepra indeterminada é a forma inicial da doença, e consiste na maioria dos casos em manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese sobre a mancha (anidrose). A partir do estado inicial, a lepra pode então permanecer estável (o que acontece na maior parte dos casos) ou pode evoluir para lepra tuberculóide ou lepromatosa, dependendo da predisposição genética particular de cada paciente. A lepra pode adotar também vários cursos intermediários entre estes dois tipos de lepra, sendo então denominada lepra dimorfa.

  • Diagnóstico

O diagnóstico é clínico-epidemiológico e laboratorial. Em uma região do país em que a lepra é endêmica, quando não se dispõe de recursos laboratoriais, o diagnóstico é clínico (pelos sintomas).
Com o auxílio de laboratório faz-se biópsia da lesão e colhe-se a linfa cutânea dos lóbulos das orelhas e dos cotovelos (baciloscopia).

  • Tratamento
Hoje em dia, a lepra é tratada com antibióticos, e esforços de Saúde Pública são feitos para o diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, além de próteses de pacientes curados e que tiveram deformações e para a prevenção voltada principalmente para evitar a disseminação.

Apesar de não mortal, a lepra pode acarretar invalidez severa e/ou permanente se não for tratada a tempo. O tratamento comporta diversos antibióticos, a fim de evitar selecionar as bactérias resistentes do germe. A OMS recomenda desde 1981 uma poliquimioterapia (PQT) composta de três medicamentos: a dapsona, a rifampicina e a clofazimina. Essa associação destrói o agente patogênico e cura o paciente. O tempo de tratamento oscila entre 6 e 24 meses, de acordo com a gravidade da doença.

Apesar da idade, um tratamento rápido e eficaz contra ela só foi descoberto no início dos anos 80, com o desenvolvimento da poliquimioterapia.
A moléstia é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, e ataca principalmente os nervos e pele, podendo causar deformações em estágios mais avançados. Devido ao preconceito com o qual a doença é encarada, seu nome foi mudado no Brasil para hanseníase.

Confira o pequeno documentário, as imagens são assustadoras, mas lembre-se:
TEM CURA, NÃO DISCRIMINE.


Fonte 1   Fonte 2


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13 comentários:

  1. Anônimo11/10/10

    muito bom seu post vou divulgar bastante informativo

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  2. Anônimo15/10/10

    belo post.

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  3. Vc escreveu "TEM CURA" mas no video ele diz que nao tem cura, apenas tratamento :/ afinal, tem ou nao tem?

    Mto bom o post.

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  4. Pachan, tem cura sim. Na minha família teve dois casos e eles tomaram remédio durante seis meses e ficaram curados. O remédio por sinal deixa a pessoa com aspecto bronzeado. (nesse caso criou-se uma cena cômica, pois era inverno e as pessoas ficavam perguntando como eles estavam bronzeados sem sol) Nos casos mais severos, a cura pode demorar mais e deixar sequelas horríveis. MAS, HOJE EM DIA TEM CURA, tanto que não existem mais os leprosários que eram os locais onde deixavam ISOLADOS pessoas com lepra.

    EDITOR DA MIB

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Anônimo15/10/10

    Parabéns pelo excelente tópico!

    É por postagens como essa que a blogosfera leprosa e moribunda,tem chance de CURA!

    Grande abraço.

    ONE

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  7. Valeu Vinicius, não tinha me tocado disso, já consertei o erro. Obrigado.


    EDITOR DA MIB

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  8. Ótimo post...Quem conciveu com a doença como eu,ja que meu marido teve,sabe o quanto os portadores sofrem com preconceito e falta de informação...Hanseníase tem cura,é só fazer o tratamento direitinho.

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  9. o post. e o relato dos nautas são esclarecedores eu mesmo com tanta informação que venho obtendo quase não sabia sobre esta moléstia fico grato e desejo boa sorte

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  10. ótimo o post..
    um assunto bastante interessante e que traz uma informacao bastante válida,,, pois á cura com o tratamento...

    parabénss

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  11. Anônimo2/11/10

    parabéns pelo post !

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