30 de dez. de 2011

Semana: origem de expressões com animais - parte 5

  • Conheça a origem de tantas frases que usamos no nosso dia-a-dia

Durante essa semana (segunda à sexta) a MIB vai trazer 6 expressões diárias sobre o tema animais.

Você tem espírito de porco ou estômago de avestruz? Ou já pagou o pato? Alguém já disse que você tem um gênio de cão? Pois essas são apenas algumas das expressões populares ligadas ao reino animal que fazem parte do nosso dia a dia. No entanto, a origem de algumas é desconhecida pela maioria das pessoas. Mas, aqui na MIB você fica sabendo como surgiu cada uma delas.

  • Gênio do cão

Indivíduo de difícil relacionamento, que se irrita com extrema facilidade, impaciente. Certamente você conhece alguém com essas características. Então, pode dizer que ela tem "gênio do cão".

Para os antigos, de acordo com o professor Ari Riboldi, gênio era o espírito benéfico ou maléfico que regia o destino de uma pessoa, além de inspirar as artes, paixões e os vícios. 

O adjetivo genial carrega o sentido benéfico, pois é sinônimo de magistral, formidável, dotado de grande capacidade intelectual. Genioso, por sua vez, representa o lado negativo, já que equivale a colérico, exaltando ou gênio mau. E cão também pode designar pessoa muito má. 

No nordeste do Brasil, por exemplo, equivale ao capeta.

Assim, gênio do cão deve ser entendido como gênio do diabo, do capeta. Nada tem a ver com o pobre do cachorro.

  • Minhocas na cabeça

Segundo o professor Ari Riboldi, a expressão é uma metáfora do que as minhocas fazem na terra. "A sua presença em um terreno representa a certeza de fertilidade do solo. 

Elas transformam os vegetais em húmus e, pela ação perfuradora, facilitam a passagem e infiltração da água", afirma.

"As indesejáveis são as minhocas da nossa cabeça, preocupações inúteis, mas que podem nos tirar o sono. 

Para nos livrarmos delas, somente tirando-as de lá, ou seja, literalmente extraindo-as desse solo impróprio", compara.


  • Memória de elefante

Você lembra o aniversário de todos os amigos e nem precisa da agenda do celular para ligar para o primo do interior? 

Então você tem memória de elefante. "O elefante é um bom aprendiz e se lembra de tudo o que lhe é ensinado. 

Assimila e repete com facilidade inúmeros comandos", afirma o professor Ari Riboldi.

Assim, costuma-se dizer que uma pessoa que prontamente lembra-se de tudo possui memória de elefante. 

Nada a ver com o tamanho do animal, mas sim com a capacidade de armazenamento de dados.


  • Tirar o cavalo da chuva

A origem de "tirar o cavalo (ou o cavalinho) da chuva" é bem diferente do significado que a expressão ganhou hoje, que é desistir de uma ideia, de um projeto ou pretensão por não haver nenhuma possibilidade de êxito.

Antigamente, quando o cavalo era o mais comum meio de transporte, amarrar o cavalo em local protegido da chuva significava que a visita seria mais demorada. "Se o convite partisse do próprio anfitrião, 'pode tirar o cavalo da chuva' expressava a satisfação pela visita e o desejo de manter longa conversa", afirma o professor.

Mas hoje, a expressão que era de hospitalidade, de boas-vindas, tomou sentido totalmente oposto. Quando alguém nos diz isso, sabemos que a hora é de desistir, porque não sai negócio nem acordo. "Ao contrário, é hora de montar no cavalo e ir para outra paragem ou freguesia", explica Ari Riboldi.


  • Estar com a macaca

Em algumas culturas, por influência da religião, acredita-se que certas palavras como demônio, diabo e satã são portadoras de má sorte. "Fazem parte dos tabus linguísticos e devem, portanto, ser evitadas. 

A simples pronúncia poderia trazer mau agouro, atrair a ira de um deus ou de entidade sobrenatural. O povo, na sua sabedoria, faz uso de outros vocábulos, uma espécie de eufemismo", comenta o professor Ari Riboldi.

No Nordeste brasileiro, por exemplo, o capeta é substituído pelo termo cão. Estar com o cão é ter o diabo no corpo. Nessa região, é comum ouvir a expressão "cão chupando manga" como sinônimo de algo muito feio, ou seja, como se fosse ver o próprio capeta chupando manga e fazendo caretas. 

Em outras regiões, o diabo é substituído pelo macaco ou pela macaca. Logo, "estar com a macaca" também é estar endiabrado, ser possuído pelo coisa-ruim, enfim, estar "endemoniado".


  • Olha o passarinho

Segundo Ari Riboldi, quando foi inventada a máquina fotográfica, no fim do século XIX, o espaço de tempo para fixar a imagem era mais demorado do que hoje. 

Na época, as pessoas tinham que ficar minutos olhando fixamente para a lente do retratista, sem se mexer.

Para reter por mais tempo a atenção das pessoas, especialmente das crianças, os fotógrafos costumavam colocar uma gaiola com um passarinho em local acima da máquina e dizer a famosa frase. 

Hoje em dia, com as imagens sendo capturadas em milésimos de segundo, restou apenas a frase.




Semana: origem de expressões com animais - parte 1

Semana: origem de expressões com animais - parte 2

Semana: origem de expressões com animais - parte 3

Semana: origem de expressões com animais - parte 4

Semana: origem de expressões com animais - parte 5



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