26 de dez. de 2011

Semana: origem de expressões com animais - parte 1

  • Conheça a origem de tantas frases que usamos no nosso dia-a-dia

Durante essa semana (segunda à sexta) a MIB vai trazer 6 expressões diárias sobre o tema animais.

Você tem espírito de porco ou estômago de avestruz? Ou já pagou o pato? Alguém já disse que você tem um gênio de cão? Pois essas são apenas algumas das expressões populares ligadas ao reino animal que fazem parte do nosso dia a dia. No entanto, a origem de algumas é desconhecida pela maioria das pessoas. Mas, aqui na MIB você fica sabendo como surgiu cada uma delas.

  • Lágrimas de crocodilo

A expressão "lágrimas de crocodilo" faz referência ao choro fingido, falso ou hipócrita. No entanto, por que se diz isso? Será que os crocodilos choram mesmo?
De acordo com o professor Ari Riboldi, em seu livro O Bode Expiatório, a origem da expressão é biológica e não tem relação com fingimento. 

Quando o crocodilo está comendo, a passagem da presa pode pressionar com força o céu da boca do réptil, o que comprime suas glândulas lacrimais. Assim, enquanto ele devora a vítima, caem lágrimas de seus olhos.
São lágrimas naturais, mas obviamente não significam que o animal se emocione ou sinta pena da refeição. 

Daí surgiu a expressão "lágrimas de crocodilo", querendo dizer que, embora a pessoa chore, as lágrimas não significam que ela esteja sofrendo e, muitas vezes, é mesmo apenas fingimento.

  • Pagar o pato

Quem paga o pato arca com as consequências das ações e atitudes de outras pessoas. Mas de onde vem essa expressão? O professor Ari Riboldi aponta pelo menos duas origens: uma história da literatura italiana e uma antiga brincadeira.

Segundo Riboldi, a expressão pode ter se originado em uma história do século XV. Um camponês passou em frente à casa de uma mulher casada com um pato na mão. A mulher ficou interessada em ter o pato e propôs ao camponês pagá-lo com favores sexuais. 

Mas, enquanto o homem queria prolongar o ato, a mulher achava que já tinham feito o suficiente para o que julgava valer o animal. Os dois começaram a discutir e, em meio ao debate, chegou o marido. A mulher explicou que a desavença era em função do dinheiro que faltava para chegar ao valor desejado pelo camponês. O marido, então, pagou... o pato.

A outra versão diz que, em uma brincadeira antiga, um pato era amarrado a um poste e os participantes deveriam correr até ele e cortar as amarras que prendiam o animal de um só golpe. Quem não conseguisse deveria pagar o pato.


  • Bode expiatório

Você não fez nada de errado, mas levou a culpa, ou seja, foi o bode expiatório da história. A expressão, explica Ari Riboldi, teve origem em um ritual judaico anual chamado Dia da Expiação (Iom Kippur, em hebraico), que pode ser lido no capítulo 16 do Levítico, livro do Antigo Testamento da Bíblia.

Conta-se que sacerdotes levavam dois bodes ao templo de Jerusalém para que um deles fosse escolhido, em sorteio, para ser sacrificado e queimado com um touro. O sangue de ambos era colocado nas paredes do templo. O outro animal, livre do sacrifício, tornava-se o bode expiatório, que virava um símbolo de purificação e expiação dos pecados e culpas. 

O sacerdote, então, colocava as mãos sobre a cabeça do animal para confessar todos os pecados de Israel. Em seguida, o povo também depositava os seus erros no animal. Dessa forma, acreditavam que acalmava o demônio e o povo ficava livre dos males cometidos.


  • Estômago de avestruz

Diz-se que tem "estômago de avestruz" aquele que come de tudo, de salada a carne de cobra, em quantidades às vezes absurdas e nunca passa mal. Mas o que o avestruz tem a ver com isso?

O animal, a maior das aves, leva a fama por "possuir um poderoso suco gástrico capaz até de dissolver metais", conta o professor Ari Riboldi. E assim, o avestruz passa bicando o chão à procura de algo para se alimentar, e come de tudo.

Aliás, cuidado com óculos, brincos e anéis se topar com um avestruz. "A ave parece atraída por objetos brilhantes e os engole com facilidade", alerta o professor.

  • Fazer de gato-sapato

Fazer alguém de gato-sapato é humilhar, desprezar, maltratar essa pessoa. De acordo com Ari Riboldi, no livro O Bode Expiatório, a origem seria a situação mais humilhante que poderia ocorrer com um gato, ou seja, ser subjugado sob as patas de um cão, seu costumeiro rival.

O gato 'sob a pata' ficaria, depois, sopata, como aconteceu com o 'sob o papo' que virou sopapo e "sob o pé", que se transformou em sopé. 

Mas a expressão não vingou e o que se popularizou foi "gato-sapato".




  • Deu zebra

Imagine você ganhar na loteria e perder o bilhete. É, pode considerar que "deu zebra".

A origem da expressão, utilizada nas situações em que o resultado foi algo "impossível" de acontecer, surgiu no popular jogo do bicho, como informa o professor Ari Riboldi. Segundo ele, a zebra não está entre os 25 animais que emprestam o nome a essa loteria ilegal, por isso, interpreta-se o fato como uma "tragédia" inesperada.

Ao longo do tempo, a expressão passou a ganhar popularidade no futebol, até se espalhar para as demais modalidades esportivas. 

Um exemplo disso é quando uma equipe, considerada favorita pela sua maior qualidade, é derrotada por outra que não tinha qualquer chance de vitória.

Semana: origem de expressões com animais - parte 1

Semana: origem de expressões com animais - parte 2

Semana: origem de expressões com animais - parte 3

Semana: origem de expressões com animais - parte 4

Semana: origem de expressões com animais - parte 5



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Um comentário:

Anônimo disse...

Bem interessante essa materia!

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