2 de set. de 2011

Jack, o Estripador seria alemão, diz criminologista

  • Talvez o maior crime sem solução

Há exatos 123 anos, Jack, o Estripador fez a sua primeira vítima. Mas quem era este assassino em série? Um novo retrato falado, computadorizado, pela primeira vez deu um rosto a um dos principais suspeitos de ter sido o criminoso, o alemão Carl Feigenbaum.
Os crimes de Jack, o Estripador são os mais célebres não solucionados da história. A identidade do homem que matou brutalmente cinco mulheres na região Leste de Londres no outono de 1888 permanece sendo um mistério.

Já foram apontados mais de 200 suspeitos. Mas para o criminologista Trevor Marriott, um ex-especialista da Divisão de Homicídios da Polícia britânica, o marinheiro alemão Carl Feigenbaum é o principal suspeito.

Condenado por ter assassinado a sua senhoria em Manhattan, Nova York, Feigenbaum morreu na cadeira elétrica na prisão de Sing Sing, em 1894. Seus advogados também suspeitavam que ele teria sido Jack, o Estripador.
Não existem fotos de Feigenbaum. Por isso, Marriott criou um retrato falado para o programa de TV da BBC National Treasures Live, a partir das descrições contidas na ficha do marinheiro feita na época em que ele estava em prisão preventiva.

  • Pistas
Por que Marriott acredita que Feigenbaum seja Jack, o Estripador? Documentos policiais e centenas de cartas endereçadas a autoridades e jornais nos oferecem algumas pistas.
Há muito se acredita que Jack pode ter tido conhecimento de anatomia devido à perícia que demonstrava ao retirar os órgãos de suas vítimas. Mas é possível que elas tenham tido seus órgãos retirados no mortuário, em vez de pelo próprio Jack, no local dos crimes. A Lei de Anatomia de 1832 tornou legal que equipes médicas retirassem órgãos de vítimas, para fins de tratamento.

A teoria é reforçada por documentos ligados à quarta vítima, Catherine Eddowes. A investigação mostra que houve apenas um espaço de 14 minutos entre o horário em que a polícia percorreu pela última vez o quarteirão em que ela foi morta e o horário em que seu corpo foi descoberto.
Isso seria tempo o suficiente para alguém ter matado Eddowes, removido seu útero com precisão cirúrgica e realizar tudo isso na mais completa escuridão? Independentemente do conhecimento médico de alguém, isso parece improvável.

Portanto, Marriott acredita que Jack não era necessariamente um cirurgião, no final das contas.

Ele passou a investigar outros grupos de pessoas que poderiam ter estado no local. A região de St Katharine, onde ficam as docas de Londres, fica a uma pequena caminhada do bairro de Whitechapel, local apinhado de marinheiros mercantes atraídos pelos vários prostíbulos. Essa proximidade teria permitido que o assassino retornasse ao seu barco sem ser notado.
A teoria também se alinha com outros fatos. Embora alguns acreditem que o assassino fosse um morador de Whitechapel, se fosse esse o caso, os moradores locais não teriam entregado-o à polícia? Especialmente, após uma recompensa ter sido oferecida.

Após algumas investigações, Marriott encontrou documentos que mostraram que a Nord Deutsche Line, uma companhia de navios mercantes, tinha um navio atracado em Londres na época.
Quando Marriott passou a investigar os marinheiros a bordo do navio, ele se deparou com o criminoso condenado Feigenbaum.

Após ter viso seu cliente morrer na cadeira elétrica, o advogado de Feigenbaum, William Lawton, disse à imprensa que acreditava que Feigenbaum fosse o assassino estripador de Londres. De acordo com o advogado, Feigenbaum havia confessado que sofria de uma doença que periodicamente o levava a assassinar e mutilar mulheres.
Que doença era essa que o fazia cometer atos tão brutais? Atualmente, um psiquiatra poderia descrevê-la como um surto psicótico. Felizmente, poucas pessoas com tendências psicóticas se tornam assassinos em série, mas aqueles que o fazem, adquirem uma má reputação incapaz de ser equiparada por qualquer crime.

Na época, todos acreditavam que as cinco vítimas haviam sido mortas pelo mesmo homem.
Mas ao revisar as provas, Marriott percebeu que Elizabeth Stride pode ter morrido nas mãos de outro assassino, já que tudo que diz respeito a sua morte é diferente dos demais crimes.

''Primeiramente, há o local em que o crime ocorreu e a faca usada para cortar a garganta da vítima, quer era muito menor do que as que foram usadas em outras vítimas, eis o motivo pelo qual o corte em sua garganta foi bem menor e pelo qual ela não tinha outras mutilações'', disse Marriott.

''O local era diferente de todos os outros. O assassinato ocorreu ao lado de um clube de trabalhadores que estava cheio de homens na ocasião.''

E agora pairam também dúvidas a repeito da morte de outra das supostas vítimas do estripador, Mary Kelly.

''Novos documentos que vieram à tona sugerem que não se tratava de Mary Kelly, mas sim de uma outra pessoa. Se for este realmente o caso, pode haver uma motivação e possíveis suspeitos em relação a seu assassino.''
Como antropóloga forense, me debruçar sobre o mais célebre crime não solucionado é um privilégio. Em princípio, julguei que Carl Feigenbaum era o assassino em série. Ele pode te sido o autor de um dos crimes ou talvez de todos.

Nós revisitamos este caso antigo, mas ele certamente ainda não está solucionado. Este conto sombrio ainda mantém muitos outros segredos que precisam ser esclarecidos antes que possamos dizer, com certeza, o nome do homem a quem chamamos de Jack, o Estripador.


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Um comentário:

Lucas disse...

Recomendo a graphic novel "Do Inferno" que, mesmo expondo uma teoria bastante fantasiosa sobre a identidade e motivações do assassino, se baseia em um estudo extenso dos testemunhos e relatórios de autópsias. Os quatro volumes possuem enormes sessões de notas sobre esses documentos e uma nota final que revisa a história da produção literária sobre o estripador.

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