- Por que só falamos de homens pedófilos? Mulher também comete pedofilia?
Em suas memórias de infância, Colin (nome usado pela BBC para preservar a imagem da vítima) tem o abuso cometido por sua mãe. Ele conta que até os treze anos sofreu com seus atos criminosos no banho, em sua cama e durante a noite. Os traumas só foram aparecer na adolescência, aos 14 anos, quando o menino começou a sofrer ataques de pânico e a usar drogas. “Eu não conseguia dormir de noite e sempre imaginava minha mãe em cima de mim. Não conseguia manter empregos e tinha medo de garotas”, conta Colin, vinte anos depois do ocorrido.
Para o garoto, o fato de sofrer abuso de sua mãe, tornou a prática mais difícil de ser identificada. “Eu achava difícil até dizer que aquilo era abuso sexual, por conta da forma que a sociedade enxerga as mães. 99% delas amam seus filhos, mas eu fui azarado e tive uma que não me amava”. A mídia expõe a pedofilia de uma forma tão caracterizada, que o que mais impressiona na história de Colin é o fato de uma mulher ter sido a abusadora.
Segundo Steve Bevan, que tem há 20 anos um grupo de ajuda para homens vítimas de todo tipo de abuso sexual, Colin não está sozinho nesse trauma. Bevan conta que atualmente ajuda 18 homens em seus encontros. Cinco deles relataram abuso por homens e mulheres e três deles apenas por mulheres. “Durante os anos tivemos muitos homens abusados por mães, irmãs, tias e babás”, comenta. Bevan ainda revela que é muito difícil admitirem que sofreram algum tipo de abuso, porque isso desafia a ideia de masculinidade.
Assim como os homens, as mulheres podem cometer diversos crimes sexuais, inclusive estupro. Na opinião dos especialistas, a prática é bem mais comum entre homens do que mulheres. Segundo um importante estudo dos EUA nos anos 80, 20% dos abusos contra meninos e 5% contra meninas, foram realizados por mulheres. As vítimas podem, posteriormente, manifestar raiva através de violência contra esposas e namoradas.
O que ocorre muitas vezes é que as mulheres que cometem os abusos não enxergam delito no que fizeram. “Elas diriam que não é tão ruim quanto quando um homem comete, dizem que fazem com amor, ao contrário de um homem, que é violento”, diz Michelle, fundadora da Kidscape, organização especializada em proteção de crianças vítimas de abuso. “Outra questão controversa é o fato das pessoas pensarem que se as mulheres abusaram, é porque os meninos pediram”, completa.
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