12 de abr. de 2013

O homem que ganhava 65.000 reais por ao mês escrevendo falsas críticas de livros


E eu me matando para tentar divulgar meus livros.

Todd Rutherford tinha apenas sete anos quando descobriu a lei da oferta e da procura. Estava com um grupo de amigos quando um dos maiores comprou um exemplar da revista Playboy. 

O pequeno Todd observou atônito como todos os garotos se juntaram em torno da publicação para ver às garotas peladas. Nesse momento acendeu uma lampadinha no topo de sua cabeça. Teve uma ideia.

Pediu cinco dólares ao pai, foi até a banca de revistas masi próxima e comprou outro exemplar da Playboy. Recortou as imagens das mulheres peladas e começou a vendê-las aos garotos da rua a um dólar a foto. Antes de que seu pai fechasse o negócio com um doloroso puxão de orelhas um par de horas depois, tinha conseguido arrecadar 20 dólares, quatro vezes mais do que tinha custado a revista.


Várias décadas depois, Todd Rutherford voltou a ver uma oportunidade de ganhar dinheiro fácil. Depois de anos trabalhando em uma agência de marketing dedicada a promover livros auto-editados, deu-se conta de que perseguir os jornalistas para que publicassem a crítica do livro de algum de seus clientes não era nada efetivo, de modo que aproveitando o anonimato da Internet, decidiu fazer ele mesmo o trabalho. Escreveria exatamente o que o cliente quisesse, que seu livro era magnífico, e cobraria um bom dinheiro por isso.

Assim nasceu o site GettingBookReviews.com. Ao princípio cobrava 200 reais por suas benevolentes análises. No entanto, alguns clientes não se conformavam com apenas uma opinião e pediram que escrevesse várias com diferentes nomes em lojas on-line, sobretudo na Amazon.com. Rutherford começou a oferecer pacotes de críticas para impulsionar livros semi-desconhecidos: 20 avaliações por 1.000 reais, 50 por 2.000.

Sua iniciativa foi todo um sucesso e antes de sequer dar se conta estava faturando mais de 65.000 reais mensais escrevendo falsas críticas positivas sobre livros de autores desconhecidos que nem sequer tinha lido.

- "Unicamente assinalava as coisas positivas, obviando as negativas", explicou Rutherford em uma entrevista ao The New York Times, onde indica que suas críticas eram revisões de marketing, não opiniões editoriais.

Quando o negócio ia de vento em popa, chegou o ocaso. Uma cliente descontente utilizou Internet, a mesma arma que o falso crítico tinha empregado previamente para montar seu rentável negócio, para advertir da fraude. Pouco depois o Google apagou a publicidade da GettingBookReviews.com e a Amazon.com vetou qualquer coisa que tivesse a ver com Rutherford.

Apesar de terminar com um novo puxão de orelhas, o negócio voltou a ser rentável, como quando vendeu fotos pornográficas a seus amigos. Em pouco mais de seis meses sua empresa escreveu 4.531 falsas opiniões, pelas que faturou cerca de 1 milhão de reais.

Talvez por isso agora, desde sua casa em Bixby, Oklahoma (EUA), trata de aproveitar sua fama nas redes sociais para cobrar por escrever mensagens favoráveis sobre publicações no Twitter ou Facebook.

Segundo o professor da Universidade de Illinois, Bing Liu, aproximadamente uma de cada três críticas publicadas na Internet sobre qualquer produto ou serviço são fraudulentas. Liu, experiente em análise de dados, confirmou por exemplo que aproximadamente 60% das avaliações na Amazon têm uma qualificação de cinco estrelas, ao qual deve-se somar os 20% com quatro estrelas.







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