24 de jul. de 2013

Os animais realmente cometem suicídio?

De uns tempos para cá é realmente notável a preocupação dos profissionais na área biológica com relação ao instinto animal. Todo mundo argumentava que a luta pela sobrevivência era a lei da natureza, mas aos poucos uma questão com poucas respostas também passou a fazer parte desta inquietação: qual seria a lógica de um suicídio animal e que benefícios teria?

Entretanto entre os animais a prática do suicídio tem suas origens em razões ainda mais desconhecidas que as do próprio ser humano, e também não é algo pouco comum, temos o caso principal das baleias que de forma intencional nadam para a orla até que ficam encalhadas. Imóveis e impassíveis esperam que a morte lhes seja breve.

Outro dos casos mais famosos foi o que aconteceu em 1997, na costa australiana mais de 600 golfinhos nadaram contra a corrente até que terminaram totalmente encalhados, exaustos e mortos. De toda a diversidade de suicídios de animais registrados pela história, este merece especialmente a atenção pela quantidade de animais mortos e pela espécie que cometeu o suicídio em massa.



Uma história peculiar e pouco documentada diz que em 1870, durante uma tempestade de inverno, a plena luz do dia, mais de 10.000 búfalos americanos caminharam em fila até que se jogaram em um despenhadeiro a mais de 1.000 metros de altura sob o incrédulo olhar de alguns caçadores. 

Seus corpos cobriam o fundo do desfiladeiro formando uma mórbida pilha de 300 metros de altura.

O mais impressionante é que isto ocorreu em um momento em que todos os búfalos do território estavam sendo exterminados como parte de uma política de estado que estava destinada a empurrar as tribos indígenas cada vez mais para o oeste, matando os búfalos, quem durante milhares de anos foram sua principal fonte de alimento. Devido a esta nefasta política de estado, os índios americanos foram submetidos e confinados em reservas ao oeste que finalmente foram conquistadas e ocupadas. E os búfalos? Bom, quando o homem branco chegou ao continente americano existiam ao redor de 60 milhões de animais. Em 1912 restavam apenas 800 búfalos.

Alguns animais, como as aves e os mamíferos costumam mostrar sinais evidentes de emoções como a felicidade, a emoção, mas também tristeza, depressão e solidão. Quando estes animais são levados aos extremos terminarão com suas próprias vidas, seja por fome, asfixia ou golpes com objetos obtusos.

O tipo mais comum de suicídio animal é aquele no qual um animal (como um cão) forma uma união muito forte com um ser humano ou outro animal e então perde essa união. 

Muitos animais "inteligentes" mostram comportamentos que indicam que são conscientes da ausência de seu colega. Por exemplo, os cães neste tipo de situações às vezes entram em depressão e recusam a comida e a atenção até que finalmente morrem. 

A inatividade causada pela depressão não é o mesmo que o suicídio, apesar de que podem conduzir à morte. Se os cães participam ativamente no comportamento que obviamente levaria a sua própria morte, como jogar-se debaixo das rodas de um carro ou saltar no vazio de um despenhadeiro, então isto poderia indicar consciência da morte e portanto ser considerado como suicídio. Uma explicação bem mais plausível para a inatividade fatal dos cães e outros mamíferos inteligentes é que estão paralisados por sentimentos de dor e perda. O comportamento observado não sugere que sejam conscientes de que sua vida vai terminar.

Os társios, por exemplo, se machucam intencionalmente ou chegam a suicidar-se devido à infelicidade ou o estresse de ficar em um recinto fechado. 

Por esta razão não são encontrados nos parques zoológicos. 

Em cativeiro, o bichinho pode ficar tão sumamente aflito que pode morrer de trauma psicológico e inclusive existem casos de animais que esmagaram própria cabeça contra objetos que resultaram em sua morte.


Alguns zoólogos observaram que os elefantes africanos deliberadamente recolhem e dispersam os ossos de elefantes mortos. Isto poderia ser tomado como um sinal de que estão conscientes de sua própria mortalidade, mas os elefantes quase não se envolvem na gama de comportamentos que caberia esperar se fossem realmente conscientes de que poderiam morrer. A dispersão de ossos poderia ser explicada por uma variedade de outras maneiras. Poderia, por exemplo, ser um comportamento de simples sobrevivência que oculta suas rotas de migração ou padrões de alimentação.

Diferente dos elefantes, todas as culturas humanas conhecidas indicam sua consciência da morte de muitas maneiras diferentes. 

Apesar de que as culturas do mundo têm ideia diferentes a respeito do que acontece a um indivíduo após o fim da vida, todos coincidem em que uma mudança dramática de estado se produz no momento da morte. 

Por outra parte, cada cultura indica sua consciência da mortalidade através de uma combinação de rituais, tabus, mitos e expressões linguísticas. Com o objetivo de concluir que uma espécie é consciente da vida ou da morte, senão que também deve exibir uma ampla gama de comportamentos indicativos. Nenhum animal conhecido envolve-se em uma gama de conduta suficientemente ampla que poderia indicar o conhecimento da vida ou da morte. Sem esta consciência, não podemos dizer que os animais se suicidam apesar de que podem, mas (talvez) involuntariamente.





Também foi observado que, nas circunstâncias adequadas, os escorpiões se picam na própria cabeça em repetidas ocasiões. Estas circunstâncias geralmente acontecem quando eles estão aprisionados em um círculo de fogo. O fato é que, numa situação como essa, o bicho fica agitado por causa do calor e perde o controle da cauda, que pode se voltar sobre o próprio corpo. Mas o que mata mesmo o animal é a desidratação provocada pela alta temperatura.


Alguns animais morrem por causa de seus próprios atos, mas também é difícil classificar como suicídio. Quando as abelhas picam, perdem seu ferrão e morrem por causa dessa lesão. Há pouca evidência que sugere que as abelhas saibam que o uso de seu ferrão pode dar lugar a sua própria morte.


Todos estes exemplos indicam que os animais podem se matar em certas circunstâncias, mas que o fazem sem se dar conta. Inclusive os animais deprimidos que estão claramente sofrendo uma grande dor emocional, não parecem ser conscientes de que sua inatividade resultará na sua própria morte.

Dizem que os lemingues também se suicidam. Em vista de que estes pequenos roedores gordinhos não sabem nadar. De modo que quando saltam na água esquecem por que diabos o fizeram e terminam irremediavelmente afogados. Mas estes pequenos roedores morrem em grandes quantidades quando se deslocam desordenadamente em bandos e muitos indivíduos caem do precipício onde vivem, empurrados pelos que vêm atrás, não é suicídio.


O caso é que até hoje nenhum etólogo achou uma evidência de que os animais busquem intencionalmente pôr fim a seus dias. Segundo os especialistas, a própria evolução seleciona os seres que tenham mecanismos de sobrevivência, e não o contrário, de interrupção da vida. O suicídio é uma prerrogativa humana, e não dá -pelo menos com o nosso conhecimento atual- para ampliar para os demais animais.






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2 comentários:

Unknown disse...

Ótima matéria, o fato dos elefantes talvez terem noção de mortalidade é incrível.

Lincon Jeske disse...

Otima materia!!! Continue com o bom trabalho brother!

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