- Uma nova descoberta está causando frisson entre os arqueólogos: uma aldeia pré-histórica encontrada no Mar da Galileia que poderia ter sido habitada por membros da cultura Natufiana.
Uma cultura paleolítica que pode ter existido entre 12.500 e 9.500 anos a.C., localizada na região do Levante no Oriente Médio, provavelmente, uma das primeiras a se estabelecerem de maneira fixa. Também é considerada a iniciadora do processo de agricultura e domesticação de animais, completamente contrário à cultura nômade.
Localizada em um vale da Jordânia, em Israel, nas margens leste do Mar da Galileia, acredita-se que o assentamento, chamado de Nahal Ein-Gev II, tenha cerca de 12 mil anos de idade. Trata-se de uma terra rica e fértil, onde evidências apontam que tenha abrigado a primeira comunidade agricultora do mundo, que depois se espalhou.
Os arqueólogos acreditam que esses primeiros trabalhadores rurais começaram a se estabelecer pelo espaço e a construir moradias permanentes feitas a partir de pedras. Além disso, enterrados entre as construções, foram encontrados os restos mortais de pelo menos cinco pessoas.
As escavações acontecerem entre 2010 e 2013 e revelaram uma área coberta de mais de 1.200 metros quadrados, com diversas construções de pedra que pareciam fincadas a 38cm do chão.
Um dos corpos encontrados pertencia a uma mulher que havia sido enterrada em um buraco pequeno, dentro de uma espécie de saco e colocada costas.
Os outros quatro indivíduos foram encontrados em um túmulo maior, sendo que um deles também se tratava de uma mulher enterrada nas mesmas condições que a primeira.
Os arqueólogos também descobriram entre as ruínas, um intrigante número de ferramentas feitas de pedra, joias e obras de arte esculpidas em pedras e ossos. A aldeia oferece uma visão única do momento em que a humanidade estava à beira de ingressar no Período Neolítico e começando a desenvolver as primeiras técnicas para o cultivo da terra. Além disso, de acordo com a Dr.ª Leore Grosman – uma arqueóloga na Universidade Hebraica de Jerusalém – líder das escavações – a vila também apresentou indícios de tecnologias usadas tanto no Paleolítico, quanto no início do Neolítico.
Em um artigo publicado pela revista Public Library of Sciences One, Grosman e sua equipe contaram que a vila possuía “planejamento arquitetônico, métodos de construção e diversos aspectos que caracterizavam uma fauna diversificada, o que indicava que o lugar possuía ótimas condições para permanência”.
“Embora os atributos do kit de ferramentas encontrado em Nahal Ein-Gev II coloquem a aldeia no período Paleolítico, outras características – tais como a sua tradição artística, tamanho, espessura de depósitos arqueológicos e os investimentos em arquitetura – são mais típicas das comunidades agrícolas do período Neolítico”, disse Dr.ª Grosman.
De acordo com ela, a caracterização desse importante período de transição encontrado no Vale do Jordão pode ser crucial para o entendimento de processos socioeconômicos que marcaram a passagem das sociedades nômades paleolíticas de caçadores-coletores, para as comunidades agrícolas e permanentes do período Neolítico.
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