1 de abr. de 2016

Pagar para rezar: jovem ganha quase 8 milhões de dólares cobrando por orações on-line

Entre 2011 e 2015, Benjamin Rogovy, um jovem de Seattle, nos Estado Unidos, fez milhões de dólares, aproveitando as crenças religiosas das pessoas. 

Através de seu site, ChristianPrayerCenter.com, ele levava as pessoas a acreditarem que pastores e líderes religiosos iriam orar por eles, se pagassem entre 9 e 35 dólares pelo serviço. Ele conseguiu convencer centenas de milhares de pessoas a participar do esquema, tornando-se o único destinatário de todas as suas doações.

Para fazer com que o cambalacho via internet parecesse genuíno, Benjamin posou como o Pastor John Carlson, um personagem fictício, com um perfil impecável no LinkedIn. Ele criou outros perfis falsos para os pastores que se dispunham a fornecer consultas particulares e realizar cerimônias religiosas através do ChristianPrayerCenter.com e sua versão em espanhol, OracionCristiana.org.


Ambos os sites continham falsos testemunhos de pessoas que, com a ajuda de suas orações, conseguiram evitar execuções de hipotecas, ganhar na loteria, ter bebês saudáveis, e até mesmo tinha gente que jurava que tinha sido curada da Aids.

O esquema funcionou perfeitamente durante quatro anos muito rentáveis, e no auge de sua popularidade, o serviço de pague-para-rezar de Benjamin teve gritantes 1.289.120 curtidas no Facebook. As pessoas colocavam toda a fé nas suas orações on-line e enviavam dinheiro na esperança de que iriam alcançar suas graças e pequenos milagres.

Mas Benjamin finalmente foi preso no final do ano passado, e depois de uma investigação de um ano, foi convidado a fechar o site. O procurador geral do estado de Washington, Bob Ferguson, também ordenou que ressarcisse 7,8 milhões de dólares que ele tirou de crentes incautos.

- "Eu acredito no poder da oração", disse Ferguson mais tarde, em um comunicado. - "O que eu não acredito e que não tolero de forma nenhum são empresas ilegais que enganam pessoas, tirando partido da sua fé ou sua necessidade de ajuda, a fim de ganhar um dinheirinho fácil".

Os investigadores descobriram que Benjamin também obrigava suas vítimas a fazer pagamentos mensais recorrentes através de seus sites, que eram deliberadamente confusos.

- "A investigação descobriu que quando os consumidores eram encaminhados para a página de cobrança, por um pedido de oração, havia opções duplicadas de receber bênçãos continuadas, que passavam a ser cobradas automaticamente na conta do fiel", acrescentou Ferguson. - "Entre 2011 e 2015, estes sites recolheram quase 8 milhões de dólares de 125.000 consumidores em todo o mundo. Alguns destes consumidores foram cobrados repetidamente, resultando em um total de mais de 400.000 operações de cobrança."

O site está fechado agora e exibe a mensagem "O Centro de Oração Cristã está encerrado. Agradecemos a todas as orações, e prezamos pela oportunidade de ter criado um site onde os cristãos podiam se reunir para apoiar uns aos outros". 

Ele também inclui um link para o processo de reclamações dos consumidores. As pessoas que desejam receber um reembolso precisam apresentar uma queixa no escritório da procuradoria geral do estado de Washington até 12 de junho de 2016.

Descrevendo Benjamin como "o mais baixo dos seres", Ferguson disse:

- "Basicamente tudo foi uma farsa e ele estava pedindo dinheiro em troco de orações às pessoas sob circunstâncias enganosas. Nada sobre isso era real ou legal".

Aliás, sobre quais circunstâncias não é enganoso pedir dinheiro aos fiéis em troca de oração, de toalhinhas bentas, de travesseiros bentos e de toda sorte de souvenires sagrados que prometem fazer milagres?

Fonte



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