As qualidades terapêuticas da maconha são conhecidas faz muitos anos, em especial como analgésico. O óleo de canabidiol, derivado da maconha, apresenta bons resultados no tratamento de epilepsias em crianças e, segundo pesquisas recentes, a maconha possivelmente também pode servir como auxiliar na cura de certos tipos de câncer.
Até agora, no entanto, devido às restrições legais que existem em numerosos países em torno desta planta, ditas propriedades são aproveitadas na clandestinidade. Salvo por certas exceções.
A legislação brasileira, por exemplo, autoriza médicos brasileiros a prescreverem o canabidiol para seus pacientes infantis com algumas restrições. Mas como o produto não é fabricado no Brasil, a importação custa o olho da cara, fazendo com que muitos pais desesperados passem à margem da lei por cultivar a droga para preparar o óleo para seus filhos.
Ao contrário, nos EUA, alguns estados permitem que organizações fabriquem produtos derivados da maconha. Uma destas é uma organização assentada em Merced, Califórnia, integrada e dirigida por mulheres com uma característica especial: vestem hábito, assim como certas congregações femininas católicas.
As "Irmãs do Vale", no entanto, não são freiras tradicionais, ainda que em sua origem estiveram relacionadas com o catolicismo. Elas se definem como "freiras anárquicas", à moda de Santa Escolástica, irmã gêmea de São Bento de Núrsia, fundador dos monges beneditinos e pai do monaquismo. Escolástica foi contrária a tradição patriarcal da Igreja Católica e ela mesma fundou o primeiro convento feminino da história, Piumarola, inspirado no modelo de seu irmão.
O trabalho das Irmãs do Vale é mais distante da institucionalidade e se é inspirado em Santa Escolástica é porque igualmente são contrárias as normas por um propósito nobre: levar alívio a outros, neste caso, sob a forma de analgésicos a base de maconha produzidos artesanalmente. As própria freiras cultivam, colhem e processam a planta para elaborar pomadas, tônicos, óleos e outros auxiliares terapêuticos.
As imagens que compartilhamos, por outro lado, são obra dos fotógrafos Shaughn Crawford e John DuBois, que com esta série nos entregam um vislumbre à vida cotidiana das Irmãs, rodeadas de trabalho, tranquilidade e, claro, muita maconha.
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