6 de mai. de 2016

Senhora Morte Negra

  • A agricultora que semeou o terror entre os nazistas durante a II Guerra Mundial

A vida da jovem Yevdokiya Zavaliy mudou radicalmente no verão de 1941, quando, com apenas 17 anos, os nazistas bombardearam e ocuparam seu povoado, Mykolaiv, na Ucrânia. 

Todos os habitantes correram em pânico procurando um esconderijo. Foi quando Yevdokiya topou com um soldado soviético ferido por estilhaços de metralhadora. Sem pestanejar a ainda adolescente entrou em uma casa e rasgou alguns lençóis com os quais deteve a hemorragia daquele soldado.

Este seria o primeiro de muitos feridos que ela atenderia naquele fatídico dia que mudaria sua vida para sempre. No outro dia, sem poder contar com seu emprego de lavradora na roça, Yevdokiya apresentou-se como voluntária para incorporar-se ao destacamento militar deslocado na região, mentindo sobre sua idade já que ainda não tinha completado os 18 anos.

Um dos oficiais, que viu o que a garota fez durante o bombardeio, aceitou-a como enfermeira de imediato. Antes de marchar, sua avó lhe diria algumas palavras que jamais esqueceria:

- "Sangrará quatro vezes, mas os gansos brancos te trarão de volta..."


Ela começou a servir como enfermeira, mas aproveitava todo seu tempo livre para aprender a atirar com toda classe de armas. Seus serviços sanitários lhe valeram a Ordem da Estrela Vermelha, mas ela queria mais e sabia que como assistente de enfermagem não conseguiria.

No entanto, um erro acabou por lhe dar a oportunidade de lutar na frente, já que um oficial a confundiu com um homem, pois Yevdokiya tinha raspado a cabeça depois de uma infestação de piolhos. Deste modo, ela acabou se unindo à Sexta Brigada Aerotransportada para tentar frear à ofensiva alemã perto de Goryachy Klyuch. Esta seria a primeira de muitas batalhas.

Uma de suas grandes proezas aconteceu quando os alemães sitiaram a cidade de Mozdok, na Rússia, na margem esquerda do rio Terek. Entre os defensores da cidade começavam a escassear os alimentos e a munição, de modo que Yevdokiya atravessou o rio a nado pela noite, entrou no acampamento alemão, roubou alimentos e munição e carregou-os em uma lancha que também roubou para regressar. Tudo isso sem a ajuda de ninguém.

No ano seguinte, na região de Kuban, sua companhia perdeu o oficial ao comando, deixando os soviéticos completamente sem saber como proceder. O sargento Yevdokiya -ela foi nomeada sargento sem que ninguém percebesse que era uma mulher- tomou o comando e alentou seus colegas para que fizessem um contra-ataque que acabou rompendo as filas inimigas.




Neste último confronto a temerária acabou se ferindo e foi levada à enfermaria, temendo que os médicos descobrissem que em realidade era uma mulher, e que isso supusesse o final de sua carreira militar.

Nada mais longe da realidade, seus feitos no campo de batalha pesaram bastante mais, motivo pelo qual em 1943, com menos de 20 anos, foi nomeada comandante de um pelotão de artilharia. No princípio, muitos militares, que não a conheciam, não entendiam como uma adolescente podia estar à frente de todo um batalhão, mas assim que viam como lutava, não demorava em ganhar o respeito e a admiração de todos.


A valentia e as ousadas proezas daquela adolescente também chegaram aos ouvidos das tropas alemãs, até o ponto de que era conhecida como "Frau Schwarzer Tod" ("Senhora Morte Negra"). A comandante Yevdokiya participou na defesa do Cáucaso, na batalha da Crimeia e, em última instância, na libertação da Iugoslávia, Romênia, Bulgária, Hungria, Áustria e Tchecoslováquia.

No ocaso da guerra, e tal como tinha predito sua avó antes de abandonar seu povoado natal, ela foi ferida gravemente em 4 ocasiões. No entanto, o que a avó não sabia é que sua neta voltaria para casa após ter recebido 40 medalhas de honra por serviços prestados, incluindo entre elas as maiores condecorações militares do seu país, já com a identidade revelada.




Em 1947 ela abandonou o exército e instalou-se em Kiev, Ucrânia, onde se casou e formou uma família. Ali passaria grande parte de sua vida como gerente em uma mercado, ainda que também percorreria uma grande quantidade de cidades e bases militares compartilhando sua história com seus compatriotas.

Yevdokiya Zavaliy faleceu em Kiev, em 5 de maio de 2010, aos 86 anos de idade.

Fonte



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2 comentários:

Anônimo disse...

Debulhou a nazistada...

Anônimo disse...

Essa é uma grande feminista, e não estas que estão cagando e mijando pelas ruas fazendo manifestação pró-LULa e Dilma.

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