Em uma entrevista à organização humanitária Roads of Sucess, Alice Assaf, da Síria, revelou detalhes sobre as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico na cidade de Douma.
Ela explicou que crianças e jovens, quando não decapitados na frente dos pais, foram amassados até a morte em maquinários industriais, e os adultos foram assados em fornos de padarias. Entre os mortos, ela revelou que estava o seu filho, George, espancado até a morte e baleado por militantes do ISIS, por causa de seu nome.
Durante o massacre, ela e o filho teriam procurado refúgio na casa de um vizinho muçulmano, que acabou traindo-os e revelando sua localização. “Mais tarde, soubemos que os militantes haviam agarrado seis homens fortes que trabalham na padaria e os queimaram dentro dos fornos”, disse ela. “Depois disso, eles pegaram cerca de 250 crianças e as amassaram como massa na máquina de fazer pão da padaria”.
Assaf também disse que quando tropas tentaram intervir, os militantes começaram a lançar crianças do alto de varandas em uma tentativa de assustar os soldados. Apesar de ter implorado ao filho que mentisse o nome para algo mais muçulmano, ele não foi poupado pelo ISIS. Segundo ela, as últimas palavras dele foram: “Eu não quero me esconder. Você foi a única que me ensinou a seguir o que Cristo disse: ‘qualquer um que me negar diante dos homens, também os negarei diante dos Céus”.
Posteriormente, o rapaz foi levado para o quintal onde foi morto. “Eles o mataram porque seu nome era George”. Possivelmente enterrado em uma vala comum, Assaf demorou para descobrir o paradeiro do corpo do filho. De acordo com Fiona Bruce, membro do Parlamento do Reino Unido, filmagens de testemunhas também registraram o momento em que mães assistiam seus próprios filhos sendo crucificados.
Enquanto algumas cidades foram libertadas do grupo extremista, a população vive em constante medo. Em um relatório divulgado pela Human Rights Watch, feito em cinco dias de investigações nas cidades, antes de abandonar as regiões, os militantes do grupo extremista se certificaram de minar cada canto das casas. Os moradores que retornaram às suas casas descobriram minas plantadas em portas, janelas, debaixo de colchões, pilhas de sapatos, geladeiras, sacos de roupa e televisores. O documento também revela que o número de vítimas tende a aumentar à medida que as pessoas voltam.
Estima-se que o número de mortos pelas minas provavelmente seja muito maior do que o considerado – 69 civis e 19 crianças – uma vez que impossível recolher informações de todos os bairros e aldeias da região. Soldados de combate ao terrorismo conseguiram desarmar algumas das minas, que também estavam plantadas em estradas, pontos, campos, escolas e hospitais.
Fotos: Reprodução / Daily Mail
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