Os Neandertais, os “primos” dos seres humanos modernos, atualmente extintos, são popularmente conhecidos por suas vidas curtas e um estilo de vida bruto e primitivo. Eles teriam sido, aparentemente, substituídos por uma espécie mais sofisticada, ou seja, nós, os humanos modernos.
Este senso comum, no entanto, pode estar com os dias contados. Pesquisadores da Universidade de York, na Inglaterra, contestam este esteriótipo após a realização de um estudo sobre rituais fúnebres dos neandertais, com base nos achados a partir de ossos de crianças e adolescentes. Pelas conclusões dos cientistas, a sociedade Neanderthal era muito unida, solidária e complexa. Além disso, eles teriam sido bons pais para os seus filhos.
"As crianças podem ter sido significativas na sociedade Neanderthal", especula Penny Spikins, professor de arqueologia em York e principal autor do artigo publicado no Oxford Journal of Archaeology.
De acordo com ele, este estereótipo “grosseiro” em torno da figura do Neanderthal se deve, em parte, porque a maioria dos arqueólogos ignorou uma análise mais profunda dos ossos de crianças encontradas em sepulturas dos neandertais.
Atualmente, sabe-se que, por causa da miscigenação, os neandertais eram geneticamente semelhantes a nós. Nos seres humanos modernos de origens asiáticas e europeias, 1% a 2% do genoma são de antepassados neandertais. Desta maneira, também poderiam existir semelhanças entre as duas sociedades.
De acordo com o estudo, os neandertais viviam em pequenas famílias, relativamente isoladas, com pouco contato com outros grupos. Suas vidas eram no estilo caça e coleta dos humanos modernos, em um ambiente frio. Os pesquisadores também acreditam que eles deveriam atingir a idade adulta por volta dos 15 anos, um pouco mais rápido do que os seres humanos modernos.
Eles também tinham cuidado com os filhos, ensinando-lhes o que precisavam saber. Eles também cuidavam dos feridos e doentes. Quando alguém morria, em particular das crianças e bebês, o enterro era realizado com cuidado e respeito, de acordo com o estudo publicado.
"Eles sobreviveram por centenas de milhares de anos e isso só aconteceu porque trabalhavam juntos", disse Spikins, que ainda acrescentou que o fato de serem “pais amorosos” teria sido fundamental para a continuidade da existência dos neandertais por este longo período de tempo.
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