Sempre fomos inculcados pela ideia de que, desde que o homem é homem, homens e mulheres sempre buscaram se unir em relações monogâmicas (apesar de algumas claras exceções), mas, será que isto é verdade?
Christopher Ryan e Cacilda Jethá acham que a relação em que o homem dá sustento à mulher em troca de sua fidelidade reprodutiva surgiu com a agricultura -e a propriedade privada- há uns 10.000 anos, mas o ser humano como o conhecemos tem uma história de pelo menos 200.000 anos. Então, como era a vida sexual do homem antes da agricultura? Na etapa de caça e coleta privava um igualitarismo feroz, exigia-se que tudo fosse compartilhado, e Christopher e Cacilda que isto inclui os casais.
Que classe de símios somos? Somos mais próximos evolutivamente do chimpanzé e do bonobo que o elefante africano e o elefante asiático entre si. Nenhum primata tem uma vida sexual parecida à dos símios, as fêmeas de chimpanzés e bonobos cruzam de uma a quatro vezes por hora até com uma dúzia de machos por dia quando estão em seus dias férteis. Um ser humano médio deverá ter umas 1000 relações durante sua vida, bastante mais que um gorila ou um orangotango, que só desfrutarão destes prazeres umas 10 ou 20 vezes.
Veja o vídeo de Christopher Ryan falando do assunto.
As mulheres Mosuo, do sudoeste da China, não têm maiores tabus sexuais, sustentam relações com centenas de homens sem que isso represente nenhum conflito social. Várias tribos no amazonas acham que um bebê nasce por sêmen agregado, de modo que as mulheres copulam com diferentes homens para poder somar todas suas características e ter o filho ou filha que querem.
As mulheres Mosuo, do sudoeste da China, não têm maiores tabus sexuais, sustentam relações com centenas de homens sem que isso represente nenhum conflito social. Várias tribos no amazonas acham que um bebê nasce por sêmen agregado, de modo que as mulheres copulam com diferentes homens para poder somar todas suas características e ter o filho ou filha que querem.
Talvez isso choque os mais recatados mas, ao que parece, antes o modo habitual de se relacionar sexualmente não era o encontro romântico, senão o que hoje chamaríamos, simples e claramente, de uma orgia.
Esta maior liberação sexual, em parte, alcançou os nossos dias como podemos atestar em um documentário sobre o ritual do Alto Xingu que mostra índias encarando a sexualidade feminina como nenhuma outra mulher. Exibido em mais de vinte festivais nacionais e internacionais, o documentário mostra o Jamurikumalu, maior ritual feminino do Alto Xingu. Quando uma índia idosa adoece, o marido dela pede que o Jamurikumalu seja feito para que sua mulher possa cantar uma última vez.
Apesar do motivo triste, o documentário não falha em roubar risos das plateias, já que o ritual é baseado na afirmação da sexualidade feminina. E as índias não tem vergonha não: elas atacam os homens que estão dormindo, zombam dos homens que não querem transar. Elas ficam impossíveis mesmo e não deixam uma oportunidade passar nem quando estão a caminho do banho com as crianças. Dizem que assim nasceu a expressão "Vá tomar banho!"
Vimeo.
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