- A ONG Missing People produziu uma imagem de como ela pareceria, se viva
Nem consigo imaginar a dor desses pais.
A mãe da britânica Katrice Lee viajou para a Alemanha, para visitar o local onde a filha de dois anos de idade desapareceu há 30 anos.
Ela foi vista pela última vez em 28 de novembro de 1981, em uma loja nas proximidades da base militar britânica em Schloss Neuhaus, Paderborn, onde morava.
Mas seu pai, Richard Lee, da cidade inglesa de Hartpool e sua esposa, Sharon Lee, nunca desistiram de encontrar a filha viva.
O caso, que nunca foi fechado, volta agora a ser investigado pela polícia britânica com novas imagens fornecidas pela ONG Missing People que mostra como Katrice poderia parecer hoje, com 32 anos de idade.
A polícia alemã concordou em permitir a investigação.
"Este foi lugar onde há 30 anos deixamos de viver como uma família normal e nosso pesadelo começou", disse Sharon.
"Naquela manhã, Wendy, minha irmã e eu saímos do carro com Katrice e estava cheio de gente. Os soldados haviam recebido o pagamento antes do Natal e todos faziam compras."
"Era o aniversário de Katrice, chegamos aos caixas e lembrei que não tinha batatas fritas para a festa de aniversário de Katrice. A deixei com minha irmã, andei pelo corredor, apanhei as batatas. Quando voltei ao caixa, ela não estava mais lá."
"Minha irmã disse que ela me ajudaria a procurar. Procurei na loja e depois pelas redondezas gritando seu nome."
"Não havia sinal. Naquela altura, já estava em pânico."
"Uma de nós entrou para chamar Richard, meu marido. Não me lembro qual de nós. Não entendia porque não a víamos ou a escutávamos."
"Foi a última vez que tive minha filha nos braços, a última vez que a vi."
"Não posso explicar como você se sente como pai quando não pode encontrar sua criança. Por alguns segundos você acha que está prestes a escutar ela gritar 'mamãe'. Mas quando isso não acontece, é o pior sentimento do mundo."
"Existem duas fases da minha vida: antes e depois."
A família teve que lidar com autoridades alemães e militares britânicos a respeito do desaparecimento, e disse ter se sentido jogada de um lado para outro por eles.
Clive Robins, major do ministério da Defesa britânico disse que foram feitos "grandes esforços" para localizar Katrice à época, incluindo buscas em larga escala e apelos por informação nas mídias dos dois países.
Ele lidera uma equipe de investigação que busca, 30 anos depois, descobrir o que aconteceu.
"É provável que a questão da jurisprudência tenha sido um fator complicador, afinal Katrice era uma criança britânica desaparecida na Alemanha", disse ele.
"No entanto, todas as evidências que vi até agora sugerem que as autoridades alemãs ofereceram toda assistência possível na época."
"Minha esperança é que ao aplicar técnicas modernas de investigação possamos identificar novos caminhos para ajudar a desvendar o desaparecimento de Katrice."
A polícia alemã disse para a família Lee que a filha deve ter se afogado em um rio próximo. Para isso a menina precisaria caminhar para fora da loja, passar por lojistas, atravessar uma rampa, um estacionamento cheio e uma cerca viva até chegar ao rio.
Mas a mãe considera esta teoria é "ridícula".
"Como pode uma criança desaparecer? Como poderia andar tudo isso e se jogar em um rio... e ninguém a ver?"
"Não acredito que a vida da minha filha terminou aqui. Não mesmo."
Fonte BBC
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