26 de ago. de 2016

O menino japonês com seu irmão às costas, a triste e sensacional história de uma fotografia

Em agosto de 1945, o presidente dos EUA, Harry Truman, ordenava um ataque nuclear contra o Japão: no dia 6 lançaram a Little Boy sobre Hiroshima e no dia 9 a Fat Man sobre Nagasaki. Estima-se que no final de 1945, as bombas tinham matado mais de 160.000 pessoas em Hiroshima e ao redor de 80.000 em Nagasaki, ainda que só a metade faleceu nos dias dos bombardeios. Entre as vítimas, 20% morreram por lesões ou doenças atribuídas ao envenenamento pela radiação.

E mais... ainda hoje em dia, pessoas seguem morrendo por leucemia ou outros cânceres atribuídos à exposição à radiação liberada pelas bombas. Em ambas as cidades, a grande maioria das mortes foram de civis.

Em setembro de 1945, depois da rendição do Japão assinada a bordo do USS Missouri em 2 de setembro, o exército americano enviou o fotógrafo Joe O'Donnell para documentar o dano produzido pelas bombas nucleares lançadas nas duas cidades. Durante sete meses ele viajou pelo oeste do Japão fotografando a morte, a dor e o sofrimento humano, e a devastação das cidades. Acho que quase todos vimos uma dessas terríveis fotografias, mas esta tem algo diferente:

Na foto, um garoto está de pé em posição de sentido com seu irmão pequeno atado às costas. Nas palavras do próprio O'Donnell:


"Eu passava por ali e vi um menino de uns dez anos mais ou menos com um bebê preso a suas costas. Naqueles dias, no Japão, era uma imagem habitual das ruas crianças com seus irmãos pequenos atados às costas com o precursor do meitai, mas aquele menino tinha algo diferente. Parece que esperava alguma ordem ou a sua vez.

Estava descalço e a expressão de seu rosto era muito dura. A cabeça de seu irmãozinho estava inclinada a um lado, dormindo pesado. O menino permaneceu assim durante mais de cinco minutos. 

De repente, alguns homens vestidos de branco e com máscaras aproximaram-se dele e desataram as correias que sustentavam o bebê. Nesse momento senti um frio na espinha ao dar me conta que estava morto. Apanharam-no e depositaram-no em cima de uma pira funerária onde queimavam os corpos.

O menino ficou ali, sem fazer um movimento, olhando as chamas. Ele mordia o lábio inferior com tanta força que chegou a sangrar. O garoto deu meia volta e foi embora sem dizer um A."

Eu sempre me emociono quando vejo esta fotografia, porque sendo o menino que levou seu irmão ao crematório, é lógico pensar que também tinha perdido seus pais. Apesar da tristeza e da dor, reprimido pela força com a qual morde os lábios, ele sabia que tinha um dever... e cumpriu. Esta imagem bem podia refletir o espírito de uma nação derrotada, mas não humilhada.





. . .

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa foto é o símbolo da ganância humana pelo poder. O bosta do reizinho de merda do Japão ao invés de admitir a derrota e impedir o ataque atômico (tão desejado por cientistas sanguinários da época, loucos para saber qual seria o efeito da bomba em humanos - que gente boa!) insistu em continuar dizendo-se filho do Sol e que o império japonês era imbatível - grande FDP! Não conhecia a foto, mas logo previ que o final seria medonho, e como foi!!! aS PESSOAS precisam ficar de olho em "populistas bonzinhos", em "ciêntistas preocupados com a humanidade", em "mêssias salvadores" e outros lixos que semprem aparecem com soluções simplistas para os males que nos atingem. Sem esse cuidado o final será sempre esse...

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